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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA INDÚSTRIA DE BELEZA

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A indústria de beleza estará valendo 805.61 bilhões de dólares até 2023. Apesar da previsão positiva, há muitos desafios para superar e se aprimorar para alcançar essa previsão. Um desses desafios é adaptar-se ao mundo digital que vivemos hoje.

 

Cosméticos e produtos para cuidados de pele e cabelo, ao contrário de outros setores, tem um impasse na área online que é de chamar a atenção do consumidor para um produto que precisa muitas vezes ser tocado, experimentado e ter contato com o consumidor. Por outro lado, a própria tecnologia tem soluções para esses impasses.

 

Inteligência Artificial abarca diversas possibilidades. Ela pode ser definida como a “habilidade de um sistema de interpretar corretamente dados externos, aprender a partir desses dados e usar o aprendizado para alcançar objetivos e tarefas específicas por meio da adaptação flexível” (STEIBEL, VICENTE e JESUS, 2019, pg. 54). Portanto, ela varia em possibilidades e usos, dependendo de como selecionará e processará tais dados.

 

Uma de suas vantagens é o uso para aumentar a competitividade das empresas e tornar elas players significativos no seu mercado. E não é diferente na indústria da beleza. Inteligência Artificial tem sido extremamente utilizada em diversas áreas nas empresas do setor – desde marketing, comunicação até a produção, os quais veremos a seguir.

 

Um dos principais usos de Inteligência Artificial é para melhorar as técnicas de marketing. Através de IA, as empresas conseguem controlar quais foram as campanhas mais bem sucedidas e quais colaborações entre marcas seriam adequadas para atingir novos mercados e consumidores. Ainda, conseguem identificar novas demandas e melhorar seus produtos. NARS utiliza Inteligência Artificial para identificar novos tons de peles e criar bases a partir dessa informação. A empresa Kao está desenvolvendo método para identificar quais ingredientes – dentre mais de 10.000 - são mais suscetíveis de causar irritação para cada tipo de pele e, desse modo, melhorar a efetividade de seus cremes.

 

Ademais, marcas têm utilizado inteligência artificial para melhorar a experiência dos consumidores nas lojas e também a comunicação com eles. Muitas marcas, como MAC, Coty, Estée Lauder e Sephora, realizavam realidade aumentada para que os consumidores pudessem experimentar maquiagens. A grande responsável é a empresa ModiFace, empresa tech especializada em realidade aumentada e que agora foi adquirida pela L’Oréal.

 

Através da Inteligência Artificial, as empresas estão buscando melhorar a relação com o consumidor e achar formas de abraçar a individualidade deles. Proven Skincare, Curology e Function of Beauty para cabelos, possibilitam que os clientes façam um teste rápido sobre sua pele e seu cabelo no site e, através dos resultados, eles criam produtos customizados para a pessoa de acordo com suas necessidades. Caso o usuário não possa investir tanto, outras empresas como My Beauty Matches, possibilitam que o usuário encontre produtos existentes de acordo com seu tipo de pele, também através de um teste.

 

No Brasil, a nova loja do Boticário em Curitiba é um bom exemplo de uso de Inteligência Artificial. Além da loja ser totalmente inovadora com o uso de tecnologia, o mais aguardado foi o sistema que utiliza Inteligência Artificial para criar perfume de acordo com as preferências de cada cliente – por combinações de fórmulas que existem durante dois séculos.

 

Nesse ponto, também é importante ressaltar que, personalizando produtos já é forma difundida em outros setores para atrair consumidores – como colocar iniciais, tênis e sapatos personalizados – que está em alta para a nova geração de Millenials.

 

Para além da experiência nas lojas e com os produtos, IA também transformou o atendimento ao consumidor. Chatbots conseguem responder de tudo em sites de marcas - desde simples informações de produtos até instruir o cliente em problemas técnicos no site. Já Estée Lauder e Coty desenvolveram assistentes pessoais de beleza através de ativação por voz para consumidores em conjunto com o Google Home e a Amazon Echo, respectivamente.

 

Por outro lado, Gagdets usados do setor também acharam formas de melhorar e personalizar seus serviços. FOREO, a marca sueca com o famoso aparelho de cleanser LUNA, permite que quem usa o aparelho tenha as rotinas de massagem personalizadas de acordo com suas necessidades através do aplicativo criado que analisa a pele do usuário.

 

Inteligência artificial traz a possibilidade de personalização para a indústria da beleza e integração com seus consumidores. Através de inovações que possibilitam um entendimento sobre si, os consumidores se sentem mais confortáveis em se aventurar na indústria de cosméticos. Talvez essa é uma das milhares de razões que o setor tem se desenvolvido tão bem e tem um futuro próximo bem otimista pela frente. De qualquer forma, verificamos que o uso de Inteligência Artificial no setor só tem a acrescentar valores e trazer inovações para os produtos e confiança para os consumidores na marca e na empresa.


 

Por Isadora Schumacher Schlindwein, Intellectual Property LLM, QMUL 

advogada na Mansur Murad Advogados


 

REFERÊNCIAS

 

BRUCCULIERI, Julia. “How Artificial Intelligence is changing the future of beauty”. Disponível em: <https://www.huffpostbrasil.com/entry/beauty-artificial-intelligence_n_5a82f175e4b01467fcf1af76 > Acesso em: 04 set. 2019

 

AVVOCATO, Lisa. “The Power of Artificial Intelligence for Cosmetics Brands”. Disponível em: <https://www.launchmetrics.com/resources/blog/artificial-intelligence-beauty-industry> Acesso em: 04 set. 2019

 

JESUS, Ayn de. “Artificial Intelligence for Beauty and Cosmetics – Current Applications”. Disponível em: <https://emerj.com/ai-sector-overviews/artificial-intelligence-for-beauty-and-cosmetics-current-applications/> Acesso em: 04 set. 2019

 

PRESCOUTER. “How is AI redefining the beauty and cosmetics industry?”. Disponível em: <https://becominghuman.ai/how-is-ai-redefining-the-beauty-and-cosmetics-industry-c744ce85310d> Acesso em: 04 set. 2019

 

STEIBEL, Fabro; VICENTE, Victor Freitas; JESUS, Diego Santos Vieira de. “Possibilidades e potenciais da utilização da Inteligência Artificial”. Pg. 53-64, in: FRAZÃO, Ana; MULHOLLAND, Caitlin (coord.). “Inteligência Artificial e direito: ética, regulação e responsabilidade”. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2019.

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