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Fala-se de sustentabilidade no mundo desde os anos 1950 e diversas vozes, acadêmicas, ativistas, ecológicas, pessoas solidárias às causas humanas e de diversas áreas do conhecimento gritam em nome dessa necessidade tão urgente há décadas. Mas sempre me pergunto: o que, de fato, estamos ouvindo, lendo e replicando? Do que, de fato, estamos falando? Trata-se de uma busca pessoal/coletiva de se viver em harmonia, em uma sociedade consciente e atenta ao futuro da humanidade, que vibra no campo planetário e não apenas nas pequenas bolhas sociais.

 

O termo sustentabilidade se populariza cada vez mais e ganha espaço na mídia, no discurso político, na comunicação empresarial, por meio de temas como aquecimento global, consumo com consciência e, ainda, ancorando uma série de atitudes consideradas como “ações verdes”, como usar menos sacolas plásticas, dizendo não a copos, canudos e materiais descartáveis, não desperdiçando água, usando energias renováveis e valorizando a importância crescente da ecoeficiência nos ambientes.

 

Será que esta pauta, cada vez mais ampla, leva o indivíduo a refletir sobre seus hábitos de consumo ou apenas propõe uma lista de tarefas que só serão cumpridas caso não prejudiquem esses mesmos hábitos?

 

Fato é que a sociedade é uma realidade dinâmica e problemática, onde produzir para todos os seres humanos se tornou um grande desafio perante aos recursos que a natureza nos oferece, tão fundamental para o presente e para o futuro desta mesma humanidade que os destroem e os tornam escassos.

 

A continuidade do mundo está estreitamente atrelada à sustentabilidade e isso leva algumas instituições e autoridades a refletir e agir sobre o tema e é isso que espero, como otimista e voluntária que sou desde 2015 do movimento global Fashion Revolution.

 

Este movimento, criado com o objetivo de aumentar a conscientização sobre o verdadeiro “custo humano” que está por traz da indústria da moda, procura conscientizar as pessoas sobre o impacto da sustentabilidade em todas as fases na cadeia produtiva da indústria têxtil, desde a criação, passando por todas as etapas produtivas, até o consumo e pós consumo.

 

O ano de 2017 foi muito bom para o movimento, pois foi possível observar números realmente empolgantes em termos de adesão à causa e envolvimento das pessoas com eventos em todo o país, além de uma maior participação online, perguntando para as marcas com a hashtag oficial #quemfezminhasroupas?, foi lindo de ver!

 

A geração de conteúdo educacional e inspiracional é a nossa meta, e ver isso se ampliando no trabalho e nas vozes dos representantes e voluntários é muito gratificante para todos os envolvidos, pois se torna uma rede que se fortalece a cada dia e cresce por mãos voluntárias.

 

No ano de 2018, já temos mais cidades e pessoas envolvidas, cerca de 500 voluntários trabalhando nas campanhas por todo país. Acho que o movimento ter crescido tanto por aqui é fruto desse novo momento, no qual vozes populares ganham força, buscam informações e transformações verdadeiras que realmente geram impacto positivo na vida das pessoas.

 

Em 2018, lançamos projetos como o “Fórum Fashion Revolution”, que estimula a produção acadêmica nacional nas áreas de design e sustentabilidade e o “Índice de Transparência” que será lançado em outubro durante a BEFW-Brasil Eco Fashion Week. Este índice, avalia o que as marcas estão informando publicamente sobre suas políticas, compromissos sociais e rastreabilidade.

 

Sinto que cada vez mais demonstramos que não somos um movimento de tendência fashion, passageiro e sim, parte do amadurecimento de uma indústria nacional próspera. Estreitar cada vez mais as relações com órgãos públicos e agentes sociais que amparam a categoria que representamos, desmistificar a ideia errada sobre ativismo social que nosso país convive, ver minorias trabalhadoras terem visibilidade; é o que me motiva a seguir.

 

Trabalhamos hoje para ampliar o discurso sobre transparência, assumimos o compromisso de educar consumidores, mantendo o diálogo fundamentado em fatos reais, científicos e desconstruindo mitos. Um estudo do Barômetro de Confiança da Edelman, feito em 2017, revelou a maior queda de todos os tempos na confiança em instituições, incluindo governos, empresas, mídia e organizações não governamentais. Será que estamos caminhando para uma sociedade de cidadãos mais conscientes? Mais autônomos em suas ideias e ideais? Torço, sinceramente, por isso, por uma sociedade mais ética e emancipada.

 

Co-criar, colaborar, compartilhar, ressignificar, inovar, são as palavras da vez… Mas cabe aqui a pergunta: o que de fato estamos compartilhando e vivendo realmente? Que sociedade sonhamos hoje para o nosso entorno? Você é um exemplo do que acredita? Você vive o que acredita?

 

A sofisticação tecnológica, a globalização da economia, a reinstitucionalização do trabalho, a exploração dos recursos, os novos modelos familiares, a fragmentação da produção, a dinâmica social das identidades, o multiculturalismo e a banalização ou acesso a comunicação trouxeram benefícios e riscos.

 

A busca urgente pela sustentabilidade é uma questão do século XXI, onde a problemática é globalizada. Ao refletir e agir em prol da sustentabilidade, a sociedade está discutindo sua própria emancipação, sua própria competência em viabilizar o futuro! Eu sigo humilde, otimista, vivendo as prioridades do dia, um de cada vez … E você?

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