Hoje a maior agência de modelos do país, a Mega Model Brasil existe há mais de 20 anos, sendo responsável pelo desenvolvimento e lançamento de muitas das Top Models brasileiras que fazem sucesso mundo a fora, sendo hoje a única multinacional de origem brasileira no segmento.
Possuindo uma estrutura interna impressionante e famosa pelo seu casting estrelado por mais de 350 modelos e celebridades, além de um time renomado de bookers, a empresa possui interessantes valores humanos em suas práticas, e o time do MORE Brands and Fashion entrevistou Gabriel Ferraz, o Diretor Administrativo & Financeiro da Mega, um dos líderes da gestão da empresa, que compartilhou suas visões sobre a moda, o papel das agência de modelo neste mercado e suas visões sobre o futuro do setor.
Na sua visão, o que é moda?
Moda é expressão.
Olhando para a moda nos dias atuais e comparando com as últimas décadas, qual você acha que é a maior mudança que temos, especialmente considerando o mercado de modelos e agências?
Empoderamento, verdade, igualdade, respeito hoje estão em alta. A moda nunca morre, ela é contemporânea e dita tendências. Comparando com a moda dos anos 90, 80, 70, eu diria que hoje a moda vem com um papel fundamental na questão da representatividade, da igualdade, do lado humano.
Qual o papel exato de uma agência na carreira profissional de um modelo? Os contratos são de exclusividade?
Acredito que uma agência de modelo tem como premissa apresentar oportunidades (para os modelos). O time MEGA tem como diferencial a gestão de pessoas, como nós preparamos nossos modelos, como nós orientamos a nossa equipe. Nosso capital humano é nosso diferencial. Isto vale para os nossos scouters, modelos, os familiares, os formadores de opinião... para nós termos uma credibilidade e respeito, foram anos de trabalho, anos de processos. E assim como a felicidade, os resultados são conquistados diariamente.
É uma luta diária e nós colhemos o que plantamos. Quando os modelos chegam na MEGA muito jovens, a primeira premissa básica para que eles sejam modelos do nosso time é que eles estejam estudando. Também, dificilmente os aceitamos se os jovens não tiverem um bom histórico e comportamento familiar. A partir do momento que ele tem o “selo MEGA”, não basta ser bom, tem que ser MEGA (risos).
Nós temos parceiros no Brasil inteiro e na América latina, que sabem o perfil seletivo e casting bem selecionado que MEGA tem, e eles nos fornecem nosso capital humano. Aí começa um
processo bem minucioso de treinamento e formação dos modelos. Temos uma diretoria totalmente colaborativa e participativa, concretizando a definição de time, que seriam pessoas diferentes em prol do mesmo ideal e objetivo. Os modelos da MEGA seguem isto e tem um direcionamento de carreira, seja qual for, no lado mais fashion ou mais comercial, sejam modelos para uma atuação no segmento de imagem, etc.
Justamente por isso, a MEGA usualmente não abre mão de contratos com exclusividade com os modelos e faz a gestão de suas carreiras. Igualmente, tem parcerias no exterior com agências que fazem este mesmo trabalho em seus países.
A nova era da tecnologia trouxe grandes transformações na dinâmica da moda e isto também impacta no trabalho dos modelos, ao passo que celebridades (especialmente as das redes sociais) acabam recebendo mais contratos, por possuírem mais apelo junto aos consumidores. Como a MEGA enxerga este movimento e como se preparou em termos de business para isto?
O que eu enxergo sobre a comunicação é que ela tem várias definições. Ela é uma troca de conhecimento e eu acredito que neste mercado tem espaço para todo mundo. Por exemplo, uma marca pode fechar uma campanha com o Neymar e a Bruna Marquezine, mas em algum momento ela vai precisar de um modelo profissional para comunicar ou de um blogueiro, de um artista... O diferencial de qualquer profissional é o que ele tem de valor agregado. Se ele respeitar o processo e se qualificar, ele terá sempre uma aceitação e espaço.
O digital está transformando o mundo. Quem quiser remar contra a maré, vai ficar para trás. Não tem como ir contra isso. Por exemplo, antigamente, para o cliente encontrar o modelo, era necessário marcar um casting. Hoje, através das mídias digitais, consigo saber a sua rotina, o que gosta de comer, quais são os esportes que pratica, os livros que lê... Se o modelo, que é uma figura pública, for bem instruído, aceitar a instrução e entender que a maneira de se comportar poderá lhe abonar ou desabonar e mais, lembrar que a quem muito é dado, muito é cobrado, vai ser bem sucedido.
Na atualidade então, o que pode ter mudado é essa sinergia entre as partes, com a MEGA como interveniente, que investe, a que instrui, a que acredita e que fica na posição de interlocução entre a figura pública, que é o nosso capital humano e nossa matéria prima - os modelos - e os clientes.
Na sua visão, o que é direito?
Segurança.
No seu dia a dia, quais são suas preocupações jurídicas e medidas preventivas que a MEGA possivelmente toma com os modelos de seu portfolio e na relação com os contratantes?
O Direito está em todos os processos, antes, durante e depois. O que é interessante é que o Direito dá um embasamento e traz uma visão mais preventiva, sobre os caminhos que estamos seguindo. Graças a Deus, o business da moda tem uma inadimplência muito baixa, mas de todo modo, o setor jurídico serve para dar esse suporte.
Faço uma analogia como o exercício em uma academia. Se você treinar sozinho, acaba “dando um migué”. Se você treinar com um personal trainer, que te instrui e mostra o caminho, os resultados são melhores. Assim para mim é o setor jurídico. Se você tem pessoas em que confia,
sabe que elas têm um background diferenciado, executam e praticam o que falam, me traz segurança.
