
A trajetória da MIXED se iniciou no ano de 1988, fundada por Riccy Souza Aranha. Sucesso desde sua fundação, a marca se consolidou no mercado nacional e conquistou vários prêmios, se posicionando como grife de prestígio e uma referência do melhor que há na moda brasileira.
A marca veste as mulheres mais sofisticadas da sociedade contemporânea, sendo sinônimo de qualidade única e exclusiva. Hoje possui 14 lojas espalhadas pelo Brasil, além de estar representada em mais de 40 multimarcas em todo o país. Também, já realizou diversas parcerias de sucesso, como a feita com a C&A, alcançando parcelas ainda maiores do público nacional.
Riccy Souza Aranha e Roberto Egydio, da família fundadora da marca, contam com exclusividade para o MORE Brands and Fashion um pouco da trajetória, dos desafios e do sucesso da renomada marca.
Na sua visão, como criadores e gestores da MIXED, o que é “moda”?
Moda é o reflexo de nós mesmos, expressado através da roupa.
MIXED é sinônimo de tradição e reputação, sendo altamente desejada por seus consumidores. Como foi o início desta trajetória e quais foram os desafios enfrentados ao entrar na competitividade do mercado nacional?
A MIXED foi uma marca que começou bem devagar, tijolinho por tijolinho, ouvindo sempre a opinião das pessoas que frequentavam as lojas e suas clientes, desde o começo. Começou com poucas peças, poucos produtos, e através das ideias dos consumidores, a gente foi crescendo. Isso nos levou a fazer um produto sério, bem elaborado e bem qualificado, para poder atender aqueles consumidores que no começo nos deram força e incentivo. Isto também nos levou a um amadurecimento, nos tornando uma marca cada vez mais desejada.
Sendo uma marca exclusiva e de prestígio, onde a MIXED encontra suas inspirações?
As inspirações vêm de dentro da alma, sempre respeitando o que o mercado fala, o que são as tendências, mas tem que ter uma identidade muito própria, o que o mundo procura verdade, espontaneidade e seriedade. Então, as inspirações são sempre muito específicas, com viés na história, no coração e coisas que já foram vividas, mas também com muito street style, filmes e viagens.
No processo criativo, existe uma preocupação desde o início com temas jurídicos, especificamente no cuidado de não se aproximar da criação de outras marcas?
Sim, acredito que cada vez mais as marcas têm que ser autorais e ter uma história bem própria. Por isso que quando a gente criar uma coleção, esta tem uma identidade bem especifica nossa, vindo das raízes, procurando temas que nos levam desde o começo a sonhar e imaginar. A partir daí, a gente junta nossa equipe para ir atrás dessa proposta. E em relação às outras marcas, a gente vê as pesquisas e vê o que os outros estão fazendo, mas sempre respeitando, e sabendo que cada um tem que ter a sua identidade. Caso contrário, a marca não vai para frente, e a ideia de seriedade “não cola” perante os clientes, que são todos muito informados, muito viajados. O mundo de hoje está em busca cada vez mais da personalidade das marcas.
Por outro lado, sabemos que com o crescimento, o sucesso vem acompanhado da concorrência desleal e possíveis violações marcárias. Como vocês procuram se proteger de infrações como estas?
Essas relações são muito difíceis, pois às vezes a gente percebe, quando menos imaginamos, que uma marca copiou um produto nosso e já até vendendo nas lojas. Então sempre estamos atentos e verificando o mercado, buscando cada vez mais ter fornecedores e parceiros que conhecemos, com a importância de frisar que nossos produtos são exclusivos, com estampas autorais, desenhadas especificamente para a nossa marca, inclusive com cores que a gente desenvolve. Por isso, gostamos também de fazer muita coisa no exterior, pela falta de seriedade em muitos casos aqui no Brasil. E então, além das parcerias consistentes com os fornecedores locais, para prevenção de problemas, temos também uma parceria com um escritório especializado (Mansur Murad), para atuação, quando necessário.
Existe alguma peça, padronagem, modelagem ou estamparia que seja(m) ícone(s) da MIXED, de modo atemporal, inclusive justificando uma proteção especial?
Existem sempre alguns ícones que são especiais. Nós tivemos uma série de peças que se tornaram atemporais, como a calça Claudia, calça Denise, regata Cherry, regata Fresh, que estão presentes em várias coleções. Outro ícone de todas nossas coleções é a nossa padroeira e protetora Nossa Senhora de Guadalupe, que também se tornou uma “marca” nossa, não só de proteção, mas como referência da MIXED.
Criativa e comercialmente, como a MIXED busca acompanhar as necessidades da sociedade sem perder sua identidade tão admirada e conquistada?
Sempre nos importamos com a opinião das clientes, ouvindo críticas e elogios e, assim, buscamos sempre agradar e acompanhar os pedidos do mercado. Também, é um trabalho de muita pesquisa e de muito relacionamento, incluindo muitas viagens para constante acompanhamento do mercado.
O que leva a clientela a consumir os produtos da marca? Como vocês preservam a essência da MIXED há mais de 25 anos, mantendo sua identidade?
Tentamos sempre trazer um sonho, criando em cada coleção uma nova história, um novo conto, tudo amarrado com o produto que vai chegar. Então, desde o catálogo, da vitrine, através de todo esse conceito, as pessoas mergulham em cada coleção. Ou seja, cada temporada é um sonho junto com a gente, e as consumidoras acreditam nisso e vibram junto. E acaba sendo como um filme novo, a cada temporada e coleção.
Além das lojas próprias e presença em multimarcas, quais são os outros canais de distribuição dos senhores? A MIXED pretende aplicar o modelo de franquia ou permanecer na gestão familiar? Quais os pontos levados em consideração para manter o modelo de negócio utilizado?
Temos as nossas lojas próprias e outras são franquias. Nas cidades mais distantes como Goiânia, Curitiba e Brasília optamos pelo modelo de franquia pois acreditamos numa parceria local, com a sociedade de cada cidade, que conheça um pouco melhor as clientes, e tenha uma relação melhor com elas. Além disso, há cerca de 3 anos desenvolvemos nosso e-commerce, que está indo muito bem. Estamos agora desenvolvendo um trabalho de omni channel, para otimizar os estoques e fazer esse elo entre os canais.
Já sobre as multimarcas, temos planos mais regrados: estamos entre as melhores marcas do país e não temos a pretensão de crescimento sem qualidade. Fazemos um rígido filtro nas multimarcas, para que somente as que tem nosso perfil, com posicionamento parecido e em cidades de alto poder de renda possam vender nossos produtos. Estamos também começando a planejar exportação. Enfim, nossa pretensão é manter nosso modelo de negócio baseado na família, mas com uma pegada mais profissional.